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Lanzarote em 10 praias

Agora que eu já dei mais do que 5 motivos para vocês conhecerem Lanzarote e que vocês já sabem que a ilha Canária é muito mais do que praia, vamos às obviedades. Porque mesmo que ela seja mais do que praia, vamos combinar, sendo uma ilha, ela também é praia.

Na minha humilde opinião os passeios que envolvem sol e mar em Lanzarote devem ser intercalados com os que são pura exploração da natureza, tal como as camadas de um pavê. Você vê um vulcão (ou 300), toma um banho de mar... você entra numa caverna vulcânica, depois pega um sol... e assim por diante.


O que eu quero dizer é que é preciso tempo para absorver tanta informação dos atrativos turísticos, que são grandiosos, oriundos unicamente da força da natureza, ressaltados com pinceladas precisas do homem. Então, nada melhor do que refletir sobre tudo o que se vê tomando um banho de mar, um mar quase Caribenho, Alagoano... não sei. Um mar lindo, que ora assume o verde, ora assume o azul, mas que no final, sabemos que as duas cores (e seus mais variados tons) lhe caem muito bem.

Para visitar as praias de Lanzarote – bem como toda a ilha – é necessário dividi-la entre norte e sul, assim você otimiza o seu precioso tempo de viagem. E aí, dependendo da sua disponibilidade, você pode dedicar um dia (ou mais) para cada metade da ínsula.

NORTE

Famara – Um dos cartões postais de Lanzarote, a praia é destino certo de 10 entre 10 surfistas que visitam a ilha. Aliás, no vilarejo de mesmo nome a vibe é completamente pautada pelo surf. Ali se encontram uma boa oferta de hostels, escolas de surfe, lojas de materiais para a prática de esportes náuticos, estúdios de pilates e yoga... tudo, de certa forma, longe da área mais turística da Lanzarote. Falando da praia em si, o mar é forte e com muitas ondas, obviamente,  a faixa de areia é extensa e o panorama é grandiosamente poderoso. Graças ao maciço montanhoso onde se encontra o ponto mais alto da ilha (670m), parece que estamos em um episódio de Game of Thrones, ou seja, paisagem essa que só vemos na tv. E por falar em televisão, uma curiosidade: Famara foi escolhida por Almodóvar como pano de fundo para algumas cenas do seu filme Los Abrazos Rotos, de 2009;


Charca de la Novia – Tendo como principais características a areia branca, água cristalina e a pouca profundidade, essa praia é uma das mais bonitas de Lanzarote, ainda que pouco explorada –  não topamos com mais do que 20 pessoas em toda a sua extensão. Cheia de pedras vulcânicas, na maré baixa a Charca de la Novia vira uma espécie de grande piscina de água salgada, daí vem o charca do seu nome. Um convite a um mergulho. Praia boa para ir com crianças ou se você procura tranquilidade. Leve água e lanches (não há estrutura de barracas e/ou vendedores) e calçado resistente para andar sobre as pedras;


Órzola – Localizada no extremo norte de Lanzarote, em um povoado homônimo, é dali da região que partem os ferry boats com destino a Graciosa, ilhota vizinha. No entanto, essa praia de ondas fortes e de mar azul profundo não é recomendada para o banho. No máximo, surfistas experientes se arriscam por lá. É uma praia bonita de se ver;


Caleta del Mojón Blanco – É preciso vencer uma pequena trilha para chegar nessa praia de areias finas e muito brancas. Uma vez finda a trilha é impossível você não soltar um “uau” ao observar o mar contrastando com as escuras pedras vulcânicas. Uma paisagem singular. Talvez com a maré mais calma teríamos arriscado um mergulho, dessa vez, ficamos só na vontade. Nessa e em outras praias é curioso observar que os visitantes fazem uma barreira circular com as pedras a fim de se abrigarem do vento constante e forte;


Playa de los Charcos – a praia mais ao norte da Costa Teguise, em frente ao hotel onde ficamos hospedados. Conhecida pelos seus fortes ventos, já abrigou diversas competições de windsurfe. Suas águas claras e calmas permitem a diversão de toda a família.


SUL



El Golfo
– Mais um cartão postal de Lanzarote, El Golfo – parte de um vulcão submerso –, é conhecido pela Charco de los Clicos, o lago verde de coloração oriunda da mistura das algas marinhas e minerais. Pedras negras de material vulcânico fazem o link dessa região com o mar, que, junto com a parede da cratera do vulcão, resultam em uma paisagem sobrenatural. Dá para ver a praia tanto do mirante quanto do nível do mar. Localizada no município de Yaiza, dentro do Parque Nacional de los Volcanes, a praia tem uma boa oferta de bares e restaurantes. Ao deixar a região, o visitante pode ainda corroborar a ação da natureza se resolver passar por Los Hervideros. Ali as ondas do mar atingem com toda a força gigantescos penhascos;



Playa Quemada – Porção da ilha onde o tempo parece andar mais devagar ainda, dizem que por lá pode-se ter uma noção de como era Lanzarote antes da exploração turística. Durante a nossa visita pegamos uma das raras chuvas que acometem a ilha canária, só nos restou, portanto, procurar um restaurante, pedir uma copa de vino blanco e um Pulpo à la Gallega (Restaurante El Pescador) e ver a chuva vida passar à beira-mar. Por falar em mar, o de lá tem águas calmas e o nome quemada vem da cor da sua orla, definitivamente uma praia de areia preta;


Playa Papagayo – As praias mais ao sul de Lanzarote ficam na Punta Papagayo, numa área protegida chamada de Monumento Natural de los Ajaches. Os carros que chegam à região pagam 3 euros para entrar e visitar as praias que estão compreendidas nessa parte da ilha. A mais famosa delas – é, outro cartão pos... ah, vocês já sabem – é a Playa Papagayo. Dizem que essa é a praia dos locais,  tranquila, mas depois de Famara, essa foi a mais cheia que visitamos. Para os que têm dificuldade de locomoção, essa não é a praia mais indicada. Como chegamos pelo alto da montanha, é preciso descer (e depois subir, claro) uma trilha um pouco precária até chegar à beira-mar. Ah, vale salientar que a faixa de areia é pequena e a extensão da praia, diminuta. Então fica todo mundo muito próximo. Não tivemos muita sorte com o tempo, pegamos um dia nublado, mas a cor do mar impressiona, é linda demais. O público da praia era bem misturado: casais, famílias, grupos de amigos, tudo legalize e com muito topless. Divertida;


Playa del Pozo – Para fazer valer os nossos 3 euros (hahaha...), depois de cerca de uma hora de banho de mar e contemplação, levantamos acampamento, subimos a montanha e descemos pro outro lado. Lá estava a Playa del Pozo e seu imenso mar azul cristalino nos esperando. Nessa hora o sol se fez um pouco mais presente e nos ajudou a termos a experiência de mergulhar nas águas mais límpidas dos últimos tempos. A vibe da praia é meio farofa, mas a água do mar era ímpar, das mais bonitas que já vi, a sensação era realmente de estar em uma piscina.

Lanzarote tem uma infinidade de praias para os mais variados estilos de viajantes. Acredito que nesses 3 dias completos de viagem tivemos a oportunidade de traçar um panorama bacana do que a ilha oferece. Deixamos de fora, claro, as praias mais urbanas, mas incluímos grandes ícones da ilha canária. Aliás, o clima em Lanzarote é propício para visitas o ano inteiro. Tentador, não? Para quem vê uma chuva fina cair e os termômetros marcarem 2 graus, esse guia é quase uma afronta.

Que disfruten!



Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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