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Raphanomundo @ #LollaParis 2017

Desde o ano passado fiquei sabendo que Paris receberia sua primeira edição do já renomado Lollapalooza e, pela facilidade de se chegar à capital francesa a partir de Stuttgart – são só 3h de trem – botei na cabeça que iria ao festival de qualquer jeito. Em janeiro, quando saiu o line-up com Red Hot Chili Peppers, Alt-J, Lana del Rey, Liam Gallagher, Tom Odell e mais uma pá de banda massa, não pensamos duas vezes e adquirimos nossos passes (€149 por pessoa) para os dois dias de festival, que aconteceria no fim de semana de 22 e 23 de julho. Aguardamos ansiosamente pela chegada do verão e, por consequência, da temporada de festivais de música europeus. Abrimos os trabalhos indo primeiro ao Mad Cool Festival, em Madrid. E, quinze dias depois, chegou a hora de voltar a Paris pela 5a vez, dessa vez com o intuito de curtir dois dias inteiros de música.



Informações | Transportes | Sistema Cashless e alguns problemas

Já comparando com a versão alemã, que está indo para a sua terceira edição e tivemos a sorte de ir no ano passado, o Lollapalooza Paris já começou defasado na quantidade de informação passada antes do início do festival, mas nos foi passado via e-mail o básico. Como chegar ao Hippodrome de Longchamp – onde o LollaParis montou acampamento –, foi oferecido um shuttle a partir de cada estação de metrô mais próxima para ir e voltar para o festival. Na ida, no primeiro dia, deu tudo certo. No segundo dia, tivemos que usar outra estação, pois coincidiu com a final do Tour de France e a cidade ficou meio caótica. Não encontramos o transfer, no fim levamos quase o dobro do tempo para chegar. O primeiro dia, foi infinitamente mais tranquilo do que o segundo, talvez porque o “grosso” das bandas terminou se acumulando no domingo mesmo. O balanço final é de 110 mil pessoas nos dois dias de evento, certamente no domingo havia o dobro de gente do sábado, o que deixou tudo mais bagunçado ainda.



A estrutura do festival era bem mais fluida do que a do Mad Cool, que foi sofrida. Havia bastante ponto de comida e bebida, no entanto, o sistema usado foi o cashless e, por obrigação se a ideia era consumir algo dentro do festival, era preciso carregar as pulseiras com dinheiro em caixas. Obviamente esse número não foi suficiente e enfrentar fila demorada era algo também obrigatório. Ah, e os caixas não aceitavam moedas nem davam troco, mas só descobrimos esses pormenores na hora. Fila foi outra constante para quem se atrevia a ir ao banheiro, já que era pouquíssima a quantidade de cabines disponíveis. Mais um item que a versão francesa deve aprender com a alemã. Vi gente reclamando de ficar 2h na fila... No segundo dia eles adicionaram alguns banheiros, mas bem distante dos palcos, bem mal planejado mesmo.





O transfer de volta no primeiro dia foi a coisa mais desorganizada que já vi. Beirou a selvageria. Não havia um ponto de formação de fila para pegar os ônibus de volta ao metrô e a coisa virou um tumulto sem fim. Quem saiu após o show do The Weeknd, que fechou o palco principal no sábado, levou cerca de 1h para ir do hipódromo até o metrô, alguns optaram por percorrer o trecho (cerca de 3km) caminhando. No domingo, calejados pela experiência negativa, abrimos mão de 20 minutos do show do Red Hot Chili Peppers a fim de conseguir evitar o caos. Deu certo. Foi bem mais tranquilo que no sábado.

O lado bom do Lollapalooza Paris: Música, Bebida e Comida

Mesmo com toda algazarra para conseguir ir e voltar para/do festival, o line-up foi impecável. O som dos palcos principais estava bom, mas o Alternative Stage, no domingo sofreu um pouco com o agito do Perry’s Stage e seus dj’s. Pudemos ver shows que não estavam originalmente na nossa programação, como The Hives (excelente), Skepta (animadíssimo), London Grammar (hipster), Pixies (tradicional)... Além dos nomes citados no começo do texto. Festival iniciante na cidade, mas com pinta de veterano.





A chuva, que ameaçou cair durante todo o evento só apertou mesmo no último show do domingo, as temperaturas se mantiveram amenas e a luz do dia seguiu até mais de 21h, ajudando o cenário a ficar ainda mais legal. Ah o verão...


Por fim, um festival de música na França, não poderia faltar comida, né? E eu ouvi alguém dizer que o Lollapalooza Paris tava mais para festival gastronômico com bandas boas hahahaha... E tava mesmo, a diversidade de comida e bebida era incrível. Vinhos, cervejas francesas e belgas, espumantes e até um providencial chá de menta foram consumidos aos montes. Os preços? Cervejas entre €7,50 e €8,50 – bebidas que vinham em copos tinha um adicional de €1 por copo –, Refrigerante €4, Chá de menta grande €5 e Água, €3. Para comer, sorvete, churros, batata frita, aligot com salsicha, sanduíches, asado argentino, pizza, comida indiana...Um banquete! Pagamos €10 numa baguete com aligot e salsicha – arrisco a dizer que vem daí a mania do paulistano de colocar purê do hot-dog! Comemos um Dönner Kebab com batata frita por €8. Teríamos comido mais se não fossem as filas... Mas a ideia era não perder um só segundo dos shows.


Conclusão

O Lollapalooza Paris certamente precisa passar por ajustes para a sua segunda edição, que já está confirmada, por sinal. Quem sabe botar França e Alemanha para conversar sobre isso, né? #Prioridades Passando pelos ajustes necessários e mantendo um line-up pesado como o dessa primeira edição, vale a viagem. Afinal de contas, Paris é sempre uma boa ideia, não é?








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Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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