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Hospedagem na Índia | Hotéis, hostels ou guest houses?

Hospedagem na Índia é um tema delicado da viagem pela diversidade de opções e, já adianto, que nenhuma delas será 100% satisfatória. Li em alguma revista a seguinte frase: Você não pode ir à Índia com um plano. Pena que li depois de voltar, teria sido um alento saber disso antes. A primeira das opções seria você escolher como porto seguro os grande hotéis de rede que, no país, têm um preço bem convidativo, mas assim arrisca a higienizar demais sua viagem. Quem quer ovo e bacon quando se pode tomar um chai, comer shree ou uma bela dosa no café da manhã?  Talvez, lá pelo meio da viagem, um café da manhã continental caia bem, assim como quartos com janelas à prova de som e banheiros “ocidentais”. Outra opção seria a informalidade das Guest Houses, modalidade que na Índia é amplamente difundida e muito escolhida por viajantes com orçamentos mais apertados ou aqueles que vão planejando a viagem ao sabor do vento. 


Mas a gente gosta de mergulhar de cabeça e, por mais que seja tentador ficar num super hotel por 200 dólares a noite, quando em outro continente se pagaria uns 500, nós escolhemos uma terceira opção e partimos para a surpresa dos hotéis/hostels locais, com todos os seus ônus e bônus. Alguns deles ganharão resenhas exclusivas aqui no blog, mas já listarei nesse post todos os nossos endereços e falarei brevemente dos pontos fortes e fracos de cada um.

Mumbai: Hostel Mantra

Hostel recém aberto em Mumbai, quarto duplo privado simples, com ar condicionado e sem toalhas inclusas. Pessoal simpático, mas ainda um pouco inexperiente, pouco azeitado, apesar da indicação no site da Condé Nast Traveler. Localização mais ou menos interessante para quem precisa ir ao aeroporto da cidade, mas muito distante de tudo que é listado como ponto turístico em Mumbai. A 2km da estação Versova do metrô, mas a 30km do Gateway of India, por exemplo. Diária: 2.800 rúpias para o casal.




A pequena cidade praiana de Padubidri foi o palco do casamento hindu do nosso amigo, evento que motivou nossa ida à Índia. Passamos 3 noites por lá e nos enganamos ao achar que por ser  um lugar pequeno nos depararíamos com alguma falta de estrutura. A hospedagem nesse hotel da rede que se intitula de baixo custo foi uma das melhores da viagem. 



Tudo limpo e organizado, com um pessoal muito solícito trabalhando para garantir o nosso bem-estar. O restaurante do Nayath Residency é um capítulo a parte. Tem pratos deliciosos, frescos e feitos na hora. Foi lá onde comemos o frango na brasa (tandoori chicken) mais gostoso da viagem. Os preços são muito convidativos. A diária de 1.700 rúpias para o casal incluía café da manhã típico do sul da Índia. Comemos bem e fomos felizes em Padubidri.  

Rodo é acessório essencial nos banheiros da Índia

Pausa para falarmos dos banheiros asiáticos. Como vocês bem sabem, essa foi a nossa primeira vez na Ásia e até então não estávamos familiarizados com os banheiros dessa porção do globo. Na verdade, não falo nem daqueles banheiros de agachar, os squat toilets– aqui na internet tem um monte de tutorial de como utilizá-los –, mas falo dos banheiros sem boxes ou cortinas, que acabam por serem inundados completamente com um simples e rápido banho. No primeiro contato, no Hostel Mantra, achamos que era falta de infraestrutura do hostel, mas aí chegamos ao hotel de Padubidri e constatamos que o rodo, bem como baldes, são, sem dúvida, acessórios comuns encontrados nos banheiros dos hotéis e hostels da Índia. 


Não consegui saber o motivo dos banheiros indianos serem assim, mas passou a fazer mais sentido para mim os portugueses chamarem o que nós chamamos de banheiro, de casa de banho. Lá pelo meio da viagem, já estava acostumada a inundar o banheiro com meus banhos refrescantes e depois deixar tudo organizado com o rodo. De volta à Alemanha, estranhei a falta de ralo no banheiro e seu espaço diminuto para o banho. 

Chennai: Zostel

Parte de uma cadeia indiana de hostels, essa foi a nossa pior hospedagem da viagem, por sorte, nossa estada em Chennai foi curta. No entanto, o Zostel é muito bem recomendado entre os viajantes mochileiros, mas nós achamos tudo muito desorganizado, desde a entrada onde somos obrigados a deixar nossos sapatos – prática comum nossa em casa, mas com alguma organização – passando pelo quarto, que não parecia muito limpo. 



Para nossa surpresa o banheiro do quarto duplo privado era ainda pior. Mas, como disse, passamos muito rapidamente por lá e não repetiríamos de jeito algum. Diária: 1.600 rúpias  o casal – toalha e café da manhã inclusos, mas não provamos. Em algum lugar eu li que, na Índia, você recebe o quanto você paga. E, de fato, não dá pra reclamar de muita coisa pagando 1.600 rúpias a noite. Viajando e aprendendo... 

Varanasi: GoStops Hostel

Melhor hostel tradicional – sem aquela pegada hipster de hoje em dia – que nós conhecemos até hoje. Funcionários simpáticos durante toda a nossa hospedagem, sempre dispostos a ajudar e conversar. O hostel conta com uma gama variada de programas e tours, a preços justos, além de outras ótimas atividades que acontecem todos os dias e todas as horas. O sucesso da nossa passagem por Varanasi certamente se deu por termos feito os passeios oferecidos pelo GoStops e seus guias jovens, mas bem preparados. Poderíamos ter ficado muito mais tempo hospedados em Varanasi que, sem dúvida, teria o que fazer. Quarto duplo privado amplo, com banheiro e ar condicionado. Diária de 3.500 rúpias para o casal, com um café da manhã simples e gostoso incluso. 


Jaipur: Umaid Mahal

Deixamos para trás toda a espiritualidade de Varanasi para cair de paraquedas no luxo dos palácios do Rajastão. E, motivados pela riqueza dessa porção da Índia, resolvemos nos hospedar num hotel que ocupa o prédio que um dia foi um palácio. O Umaid Mahal impressiona desde a entrada, com seu portal cheio de pequenos detalhes e sua imponente porta dourada, até os mínimos pormenores na decoração por todo seu interior. A pequena, mas bonita, piscina se tornaria muito mais convidativa se não tivesse um mundo mágico lá fora pra gente desbravar. E, na cobertura, um restaurante ao ar livre – afinal estamos beirando um deserto – de onde vemos o pôr do sol tardio de verão e apreciamos um jantar gostoso, embalado por músicos e dançarinos da região. O quarto tem o conforto e a limpeza esperados, além do banheiro ser nos moldes que nós conhecemos aqui no ocidente. Foi uma excelente ideia nos presentear com uma noite grandiosa em Jaipur. Diária: 5.200 rúpias para o casal com café da manhã e jantar inclusos. 



Nova Délhi: Bloomrooms Hotel

Nossa última hospedagem na Índia prometia, pois se assemelhava muito com a estética de hotéis que temos visto nas capitais europeias que temos visitado, e o melhor, era perto da estação de onde partiria o nosso trem para Agra. Mas só chegando lá pra saber que o Bloomrooms fica no meio do que, lá em Recife, chamamos de vuco-vuco. Só que imagina o vuco-vuco de Nova Délhi, com muitos milhões de pessoas a mais?! Pois é! A cidade tem outras partes mais legais, mais novas e mais tranquilas para você arriscar a hospedagem. De qualquer forma, o hotel era bonitinho e jeitosinho, mas deixava a desejar na limpeza. Precisamos matar umas muriçocas ao entrar no quarto, que parecia estar fechado há algum tempo. O quarto, sem janela, tinha um tamanho ok, estilo hotéis de rede econômicos que conhecemos, tv com canais a cabo,  ar condicionado, banheiro e amenities simples. O ponto alto do Bloomroom fica por conta do bonito paço com poltronas e guarda-sóis e os chás e cafés de cortesia. Pagamos 3.200 rúpias por noite, para o casal, com café da manhã incluso.




Passada a viagem, acho que fizemos um mix legal de hospedagem na Índia, mas em alguns momentos a gente pensou que poderia ter tido um pouco mais de conforto, afinal de contas, nossa viagem independente pelo país foi bem puxada e o nosso quarto de hotel, no final do dia, precisava ser praticamente um oásis, mas nem sempre foi assim. Talvez, numa segunda vez, eu lançasse mão da garantia das grandes redes, mas repetiria, sem dúvida, a experiência de dormir num palácio, bem como, voltaria a me hospedar no mesmo hostel em Varanasi. Mas, como disse no começo, não dá para viajar à Índia com um plano. 




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Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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