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Veneza

Vou começar a semana postando um texto que fiz a convite do colega Anderson Garcia para o Mondo Redondo, blog coletivo de um pessoal muito fera com as palavras.
Espero que gostem. 
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A primeira vez que fui à Europa, em 2007, foi motivada pelo encontro do meu namorado, hoje marido, que estava em Portugal estudando na Universidade do Porto. Juntei a grana do meu estágio, que virou emprego, e no dia 27/07/2007 (sem superstição alguma) me joguei pela primeira vez no mundo. Lembro da ansiedade de poder conhecer o velho mundo, a falta de experiência por nunca ter ficado mais de 1 semana longe de casa e a expectativa de rever o namorado depois de 6 meses longe. De qualquer forma, já viajei para O Porto com todo o roteiro para 30 dias de viagem esquematizado: Porto, Madrid, Barcelona, Paris, Milão, Veneza, Florença, Nice, Marseille e Porto novamente. Sempre tive o sonho de conhecer Paris, mas fui surpreendida por Veneza, pois em nada se parecia com a Veneza Global (de Vamp e Por Amor). Agora era diferente! Eu estava ali, surpresa, podia sentir o cheiro da cidade (não, Veneza não fede), ver milhares de turistas tão maravilhados quanto eu, me perder pela inúmeras pontes (são 400), molhar os pés nas águas geladas que corria em seus canais (são 177).


Veneza é ao mesmo tempo romântica e agitada, clássica e comercial. Acho que cada um enxerga o que quer e imprime o seu próprio ritmo ao lugar - não importa se ele está lotado de turistas ávidos por fotos e lembrancinhas. Surpreendentemente, não quis passear de gôndola, mas adorava ficar olhando a cara dos turistas sendo levados para lá e para cá. Muitos casais rachavam o passeio e era bastante comum ver um casal de coreanos dividindo o espaço com um casal de indianos. Fascinante. Veneza foi o lugar perfeito para comer uma boa massa, tomar um belo vinho e acredito que eu poderia ficar o resto dos meus dias sentada numa minúscula mesa de café vendo a vida passar na minha frente.


As lojas repletas de máscaras, fantasias e vidros do tipo Murano conferem um visual ainda mais diferente à cidade. É tudo muito particular. Veneza não é uma cidade comum. Apesar de ter sempre a sensação de "eu já passei por essa rua" dificilmente você realmente terá passado  por ela. São becos, vielas e em cada esquina uma paisagem mais bonita que a outra. Esse ano fui pela segunda vez à Europa, mas a Itália não entrou no nosso roteiro. Quero um dia voltar a Veneza e me apaixonar de novo por ela. Porque lugar bom é aquele que tira o seu fôlego, te deixa sem saber por onde começar e deixa um gostinho de quero mais. Igual a um grande amor.
Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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