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Um dia em Antonina - PR

Durante as nossas escapadas de Curitiba até Morretes sempre ouvimos falar de Antonina – de onde vêm as famosas balas de banana – mas nunca esticamos o passeio até lá. Num sábado de sol no inverno curitibano resolvemos fazer melhor, dedicamos o bate-volta inteiramente a uma das mais antigas cidades do Paraná. A fundação de Antonina data do ano de 1714, quando ainda se chamava freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa. A cidade passou a prosperar durante os ciclos da erva-mate e do café, quando foi construída a estrada de ferro Curitiba – Antonina, hoje também utilizada para o turismo na belíssima viagem de trem pela Serra do Mar. Antonina está na região da Baía de Paranaguá e é também conhecida como a “Capital do Siri”. No nível do mar, mantém em seu território a maior porção contínua e mais preservada de Mata Atlântica que ainda resta no Brasil. Por causa da sua importância histórica – foi uma das primeiras áreas do Brasil exploradas pela coroa portuguesa –, a cidade tem o seu centro histórico reconhecido e tombado pelo IPHAN.






Muitos dos turistas que chegam a Antonina buscam, sem dúvida, o turismo de aventura e o ecoturismo. O percurso de 3km de descida no rafting do Rio Cachoeira, topando com corredeiras níveis II e III é a atração mais procurada da cidade, que ainda oferece boas opções para os amantes de adrenalina e da natureza: canoagem, vela, birdwatching, trilhas na mata e cachoeirismo, são algumas outras atividades que podem ser praticadas por lá. Para nós, que estávamos em busca de um sábado tranquilo e um almoço com vista, Antonina caiu como uma luva. O sol que reinava em Curitiba não desceu a serra e a cidade do litoral paranaense tinha um quê de melancolia na paisagem, o colorido ficou por conta de uma embarcação ou outra que cruzava a Baía de Antonina quase que sem pressa. Mais cores também encontramos no casario histórico e bem cuidado, nas flores delicadas que apareceram no caminho e nos visitantes que aportaram na cidade para prestigiar o Festival de Inverno da UFPR, que coincidentemente aconteceu no fim de semana da nossa visita.





O almoço foi no Baía de Antonina, restaurante que fica no Mercado Municipal da cidade, estrategicamente posicionado às margens do píer. A grande estrela da cozinha do litoral paranaense é o Barreado, mas pela proximidade da praia nós preferimos prestigiar os frutos do mar. No restaurante, charmoso e com aquele clima de praia, escolhemos uma mesa com a melhor vista e, enquanto bebericávamos uma cerveja estupidamente gelada, escolhemos o prato que leva o nome da casa (R$ 39,90 por pessoa), uma espécie de combinado do mar, com peixe frito, molho de camarão, bolinho de camarão e camarão ao alho e óleo, tudo fresco no capricho, acompanhado de salada, maionese, farofa e arroz, com reposição à vontade. Simples, assim como a cidade.





Já bem alimentados e com a disposição um pouco comprometida dada a fartura do almoço, seguimos para uma caminhada tranquila a fim de conhecer um pouco mais da cidade. No píer, onde turistas, pescadores e locais se misturam, era anunciado um passeio de barco que acontece todo fim de semana e feriados, tem meia hora de duração e custa 10 reais por pessoa. Esse ficou para outro dia, quando a gente tiver certeza que o dia será de sol por lá.  Dali, seguindo o calçadão, chegamos até às Ruínas do Casarão, conhecido cartão-postal da cidade. O antigo depósito de erva-mate, onde hoje só vemos algumas poucas paredes de pé, tem cerca de 300 anos de história,  ao lado, também em ruínas, a casa da família Macedo. Dali, uma escadaria nos leva à Matriz de Antonina, o marco zero da cidade. A Pharmacia Internacional é um dos muitos tesouros de Antonina, em funcionamento desde 1911, mantém em seu interior uma máquina do tempo, ou melhor, produtos e arquitetura de época que fazem os mais apegados sentirem saudade – inclusive do que não foi vivido.




                     







Antonina e região guardam muitas preciosidades que não conseguimos explorar nesse passeio de meio dia. A meta agora é ir passar um fim de semana na cidade e voltar pra casa com a cabeça (ainda mais) leve e a alma (ainda mais) em paz.





Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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