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Hotel Pantone em Bruxelas | Uma desbotada decepção

Ao montar o #RolêBeNeLux, lembrar do Hotel Pantone em Bruxelas foi determinante para manter definitivamente a capital belga no nosso roteiro. Sim, em viagens, tem vezes que um hotel se torna tão desejado quanto um destino em si. No meu caso, me hospedar no Hotel Pantone era um dos meus desejos de publicitária. As diárias em Bruxelas não são tão caras, a cidade tem uma boa oferta de hotéis a preços justos, durante a procura achei o Vintage Hotel – na mesma região da cidade – e o deixei na manga até o último minuto (era mais em conta e também tinha uma proposta bacana de decoração). No fim, o coração de publicitária falou mais alto e fechamos com o Pantone, mesmo cobrando uns 20 euros a mais no preço médio - diária de 90 euros incluindo o café da manhã. 

Hotel Pantone - por fora, ok. Por dentro, nem tanto... 
Check-in e Estrutura

Chegamos ao hotel faltando cerca de meia hora do horário do check-in (15 horas), mesmo assim fizemos os trâmites e, como estávamos cansados, resolvemos esperar na recepção, onde há um pequeno lounge na divisa com a sala do café da manhã. Nessa parte do hotel também ficam expostos alguns itens do famoso sistema de cores – que só depois soube estarem a venda –, para quem sempre sonhou em preto e branco com esse momento, a colorida realidade da recepção do hotel é um alento. Fomos encaminhados para o nosso quarto 15 minutos após o horário correto de entrada. O pequeno elevador – que estava bem sujinho durante nossa estada – tem a parede de fundo transparente o que torna a viagem até o 6º andar é quase psicodélica. 

Ainda no lobby as cores encantam 

Quarto

Nosso quarto, segundo as categorias do hotel, se enquadra no Large Room – e acredito que deva existir uma tradução bem flexível pra large uma vez que o quarto era tudo, menos grande. A cor tema do cômodo era o Warm Grey e taí uma cor que só deve ficar bonita em esmalte, assumindo o nome de cappuccino. Não vou esconder que a partir daí foi só decepção. O pequeno quarto é todo coberto por um carpete MUITO felpudo marrom e não há área para tirar os sapatos, ou seja, se vai da rua ao quarto calçado e não há a mínima condição de ficar descalço pois seguramente o carpete não é limpo. 

Nem com a GoPro a gente consegue dizer que esse é um Large Room

Banheiro digno de hotel de rede dos mais simples

Esses três quadrinhos são responsáveis por me lembrar que tô no Hotel Pantone

O banheiro é sofrível, nada de amenities, só dois copinhos plásticos – tipo loja de R$1,99 –, um dispenser daqueles líquidos que ao mesmo tempo são sabonete/condicionador/shampoo/soda caustica e um rolo de papel higiênico preto. Três quadrinhos com referência a cor marrom ficam na parede ao lado da tv e acaba aí. 

Café da Manhã

O desjejum, obviamente cobrado a parte, se pago com antecedência custa 10 euros por pessoa e na hora, 15. Achamos que foi satisfatório, apesar da duvidosa higiene do lugar. Servido em estilo buffet, estão à disposição: cereais, pães, frios, ovos mexidos, os tradicionais waffles belgas, mel, creme de avelã, geleias, chás e cafés. Como pagamos adiantado, por esse valor, o café da manhã do Hotel Pantone valeu a pena, mais caro do que isso é possível encontrar coisa melhor em Bruxelas. 

Um pouco de cor no café da manhã - graças à marca dos chás

Pago à parte, o café da manhã do hotel não é dos piores

Conclusão

A sensação que tive foi de ser enganada. Tudo bem, existia uma expectativa (e a gente sabe que nesse mundo a última coisa que devemos criar é expectativa), mas me parece que todos os esforços com relação a cor e design ficaram na recepção do hotel – e os louros vão para os produtos licenciados, porque design mesmo quase não há – e faltou inspiração e noção para os quartos, aquele carpete, meu deus. Paguei caro e fiquei num ibis, essa foi a minha surpresa. E nada contra os ibis – já fiquei em vários e certamente ainda ficarei em outros tantos – mas  o trunfo quando reservamos um ibis é justamente porque sabemos o que vamos encontrar, seja no Japão, seja em Balneário Camboriú. Já o Hotel Pantone, se fazendo valer de uma marca bacana, promove a mais desbotada hospedagem da minha curta carreira. Uma decepção, jamais repetiria a dose.





Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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