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Maskpackers - Turismo na Pandemia | Bodensee (Alemanha)

Em junho desse ano, quando o número de infecções pelo coronavírus estava baixo aqui na Alemanha, a guia de turismo e jornalista Márcia Oliveira (42), resolveu fazer uma viagem de carro pela região do Bodensee (Lago Constança), no sul do país. Na companhia do marido, Márcia deixou Munique, onde mora, por uma semana. A ideia era ir para um destino relativamente perto de casa, se hospedar em hotel de rede – onde havia, ela acredita, mais chances dos protocolos de segurança serem cumpridos – e, com bastante cuidado, passear ao ar livre. A jornalista, que hoje trabalha conduzindo tours privados por Munique, conta na entrevista para a Maskpackers como foi viajar pela Alemanha durante a pandemia e diz ainda que, se fosse hoje, com o país enfrentando a segunda onda do surto de Covid-19, não se hospedaria em hotéis, nem frequentaria restaurantes. Inclusive, desde ontem, esses estabelecimentos, assim como cinemas, bares, academias, teatros, entre outros, estão fechados durante como parte do lockdown parcial implementado na Alemanha

Como viajou? Quais medidas você observou que foram tomadas durante o deslocamento? 
Carro. Carregar lencinhos desinfetantes, álcool em gel e máscaras. 


Onde se hospedou? O que te levou a escolher esse tipo de hospedagem? A pandemia pesou na sua escolha? 
Em hotel de rede – achei que haveria mais padrões de higiene a serem seguidos, o que de fato aconteceu. Nesta época, o número de casos era baixo na Alemanha, mas sempre ficamos com um pé atrás em relação aos riscos. 

O primeiro destino pós-confinamento: Bodensee - Foto: Márcia Oliveira / Arquivo pessoal

Você observou cuidados especiais por causa da pandemia durante sua hospedagem? Quais? 
Sim. Necessidade de utilizar máscara nas áreas comuns do hotel; somente poderia utilizar simultaneamente o elevador as pessoas que se encontravam no mesmo quarto; café da manhã com hora marcada para evitar aglomeração no restaurante - e sem o tradicional buffet: era necessário escolher previamente entre duas opções de refeição. A opção escolhida já vinha em uma bandeja protegida com filme. Um funcionário com máscara e luvas servia cereais, bebidas e café. 


Contratou tours, passeios ou explorou o destino por conta própria? 
Fiz tudo por conta própria. 


Andou de transporte público na cidade visitada? Como foi a experiência? 
Só de carro mesmo. Sempre higienizando as mãos e o interior do carro a cada vez que entrávamos. 

O casal viajou durante o início do verão quando era possível aproveitar os ambientes ao ar livre
Foto: Márcia Oliveira / Arquivo pessoal


Visitou atrações fechadas ou deu preferência aos pontos turísticos ao ar livre? 
Dei preferência às atrações ao ar livre, como caminhar pelas cidades. 


Frequentou restaurantes? Observou mudanças por causa da quarentena? Quais? 
Sim, como era verão, praticamente todos os clientes se sentavam do lado de fora, com distância de cerca de 2 metros entre as mesas. Para ir ao banheiro, por exemplo, era necessário usar máscara, assim como para entrar e sair do restaurante. 


Precisou contratar um seguro viagem para a ocasião? 
Não. 

Turismo doméstico no centro histórico de Meersburg, às margens do Bodensee  
Foto: Márcia Oliveira / Arquivo pessoal


Se sentiu segura durante toda a viagem? 
Em geral sim. Como o número de casos era relativamente baixo na época (junho de 2020), não tive tanta preocupação em relação ao contágio, sabendo que tomei todos os cuidados em relação à higiene e utilização de máscara onde era necessário. 


Com base na sua experiência, qual dica você dá para quem está pensando em viajar durante a pandemia? 
Eu acho que depende muito do momento. Eu viajei em uma época em que os casos estavam controlados aqui na Alemanha. Mas não viajaria agora, quando estamos com número de casos em crescimento exponencial. No momento, tenho restringido os passeios a bate-voltas à cidades próximas e os destinos são sempre ao ar livre. Não acho que seja a hora de me hospedar em um hotel nem de frequentar restaurantes. 


Sobre a Maskpackers 

Observando colegas que moram no Brasil e no mundo fazendo rápidas viagens, turistando em suas próprias cidades, aproveitando rápidas férias ou feriados para recarregarem as baterias a fim de aplacar os efeitos negativos do isolamento causado pelo surto da Covid-19, resolvi criar uma coluna onde entrevisto uma série de viajantes (e pessoas que de alguma forma estão envolvidas com o turismo) e chamá-la de Maskpackers – uma brincadeira em inglês com as palavras mask e backpackers, “mochileiros de máscara”. 

Enquanto uma vacina não é desenvolvida, tentamos viver uma vida alternando entre o medo de se contaminar com o coronavírus e a dificuldade de se isolar. Como a máscara hoje se tornou um símbolo de quem adere às medidas de segurança, algumas pessoas passaram a viajar de um novo jeito e compartilham aqui com vocês quais são as impressões, cuidados e recomendações de quem viaja durante a pandemia. 

Aviso: aproveito para deixar claro que esse projeto não é um incentivo às viagens. A pandemia não acabou. Esse trabalho tem um cunho jornalístico com o intuito de relatar experiências de pessoas que ao mesmo tempo em que estão tentando se adaptar à nova realidade, acreditam na seriedade do assunto.



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Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

2 Comentários

  1. Amei participar, Rapha! Parabéns pela iniciativa! Um beijo e fique bem!

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    Respostas
    1. Foi um prazer ter você por aqui, Márcia! Muito obrigada pela disponibilidade. Um beijão!

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