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Vail: Aula de esqui


Depois de garantir a roupa e todo o equipamento para a aula de esqui. Chegou a hora tão esperada! Acordamos cedo, fomos à loja onde alugamos o material e lá calçamos as botas. Não estranhe, ela fica justa mesmo, apertada, vai te deixar andando de um jeito estranho, mas no fim você verá que faz sentido, pois ela dará sustentação ao seu corpo na hora H. 

Depois de devidamente equipados, seguimos para Lionshead, a fim de encontrar nosso instrutor. Você pode reservar uma aula em um dos três pontos da montanha em Vail: Vail Village, Golden Peaks ou Lionshead, onde nós fomos.

Ponto de encontro


Vários instrutores

Nossa host fez questão de frisar que queria um instrutor para um grupo que nunca esquiou na vida. Fomos apresentados primeiro a um instrutor mais novo, logo nosso grupo de iniciantes cresceu, chegando a umas 12 pessoas, então o grupo teve que ser dividido. Esse instrutor mais novo ficou responsável por um grupo que queria pegar mais pesado na primeira aula, não era o nosso caso, pois o plano era voltar inteiro para casa. Portanto, nosso grupo (6 pessoas: 3 mexicanos e 3 brasileiros) ficou sob a responsabilidade de Roger, um instrutor já maduro e bem experiente. Os instrutores em Vail são facilmente reconhecidos pelas suas roupas azuis. Feitas as apresentações chegou a hora de pegar a gôndola e partir para o que interessava: a aula. 


Ski & Snowboard

Uma vez no topo da montanha, mas numa área plana, própria para os iniciantes, devidamente paramentados, Roger explica o bê-a-bá. Primeiro, como andar rápido só com as botas, depois como acoplar os esquis às botas, como andar com os esquis, um de cada vez depois os dois juntos, como soltar os esquis das botas, tudo de forma paciente e didática. Pouco mais de 1h de aula e nós começamos a fazer alguns movimentos mais ousados (leia-se: descer um micro montinho de neve). Adrenalina a mil! Parecia que eu ia saltar de paraquedas, sei lá. Eu olhava pro lado e o marido tava lá, todo confortável como um habitué das estações de esqui. E eu, ah meu deus, eu sabia que era cilada… Mas fazer o que, né? 

Este montinho era importante pra acertarmos a postura correta que se deve ter nas descidas. Para acertar na postura a gente entende a importância das botas. Ela nos dá apoio e limita o movimento dos pés, tornando mais seguras as nossas manobras. Desci o Himalaia (micro montinho) algumas vezes até me quebrar no chão. É tudo muito rápido, quando você vê já está caída, de quatro, poles para um lado, esquis para o outro, aliança no meio da neve e aí você nota que sua mão está ardendo. Ah é, você está com os 10 dedos enfiados na neve! Sim, nesse dia já estava quente para os padrões de temporada de esqui, por isso foi totalmente desnecessário o uso de casacos e luvas. 


Roger, o instrutor, no comecinho da aula

A turma se organizando

Todo mundo aprendendo

Vou confessar que cair é muito cansativo. Nessa hora eu fiz uma pausa para a hidratação (algo muito importante a se fazer, uma vez que no frio você não sua, mas perde líquido, é primordial beber bastante água) já começava a sentir músculos que até então desconhecia a existência

O próximo passo: fazer curvas. A partir de uma rampa um pouco maior, Roger nos exigiu descer inúmeras vezes para primeiro fazer curvas à direita e depois à esquerda. E para concluir a lista de manobras básicas, aprendemos como frear. Após muitas repetições, mais uma pausa para hidratação e insistências do nosso colega de classe mexicano Pablo, fizemos uma primeira descida (tímida), para praticar. A partir deste ponto eu já estava exausta. Minha categoria? Fui de iniciante para saco de batatas! 

Novas turmas começam a cada momento

O marido continuou firme, forte e aplicado. Primeiro ele acertou a postura da descida, depois aprimorou a técnica para frear. Roger os fez descer e subir a montanha muitas vezes, primeiro em rampas mais curtas, onde a subida é feita de esteira rolante, depois numa descida mais longa, onde a volta é feita num teleférico.  Para se ter uma idéia, aqui e aqui estão os mapas das 193 pistas espalhadas pela frente e por trás da montanha, com a posição dos lifts. A gigantesca descida feita pelos iniciantes (é o que parece pra nós no topo da descida) em Lionshead é este minúsculo trecho onde está o teleférico 15. Só olhando no mapa pra assimilar o quão grande é esta montanha.

Nossa descida infinita - 15 a 15

Teleférico

O estilo de descida variava. Umas vezes o foco era a velocidade, em outras era fazer percursos sinuosos. Mas em todas as descidas era exigida a prática de um dos conceitos básicos aprendidos no comecinho da aula. Extremamente didático. Entre umas descidas e outras fomos almoçar com o instrutor no Market Place, lanchonete que fica em Eagle’s Nest, onde para a gôndola. Mostraremos nossa reconfortante refeição em breve aqui no blog.

A aula prosseguiu e mesmo sem falar inglês, dois dos nossos colegas mexicanos foram muito bem atendidos por Roger, que se esforçava no espanglês para atendê-los. Este é um detalhe importante. É possível ter aulas com instrutores que falam português ou espanhol, se reservado com antecedência. O esquema de aulas é muito organizado e os preços variam de acordo com o nível de aprendizado, número de dias que você tem e se quer fazer aulas em grupo ou aula particularUm dia inteiro de aula em grupo para iniciantes custa cerca de US$140 (outros custos são os do passe e roupas, que já mencionamos). Mais informações sobre aulas aqui.

Como eu não me arrisquei em alta velocidade, o marido acabou se saindo melhor. Ele estava em êxtase. Voltou a ser criança. Confessou que exigiu um pouco demais do corpo e estava com algumas dores, mas absolutamente satisfeito com o resultado. Roger insistiu para que ele voltasse no dia seguinte, mas só tínhamos esse dia livre para esquiar. Fica a promessa de voltarmos a esquiar em breve. O marido já tinha patinado muito bem no gelo em NYC no ano passado e começo a achar que ele nascer em Recife foi um erro geográfico! 

Pura diversão

Lionshead bombando

Perto das três e meia da tarde, Roger reuniu a turma para encerrar o dia (que tinha começado às nove!). Todos muito cansados, mas satisfeitos com a primeira experiência esquiando. Descemos a gôndola para uma Lionshead lotada de pessoas aproveitando um relaxante drink pós esqui – ou Après Ski, como eles chamam – num clima de muita descontração.

>> O raphanomundo viajou a convite da Vail Resorts.


Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

14 Comentários

  1. Ai... ai... (suspiros...). Eu fiz minha primeira aula de esqui e AMEI, AMEI e AMEI. Levei tombos como você, fiquei todo dolorido (particularmente no dia seguinte), mas fiz esse promessa de esquiar de novo o quanto antes. Até hoje, nada! :((( Mas a esperança é a última que morre, né? Também acho que nasci mineiro por um acidente geográfico...

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    1. Nossa, Gleiber. No dia seguinte a gente tava moído e com a sensação fantasma da bota. Era muito engraçado. Não vemos a hora de voltar a esquiar!

      É cansativo mas é MUITO divertido.

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  2. Eu chorei na primeira vez que subi na montanha, com medo de descer. Desci a pé no final das contas. Acho que o meu caso sim é sério. ;)

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    1. hahahahha mentira, Lud! E eu achando que tu era fera no esqui hahahahah mas vou te contar que não é fácil, não... tem que fechar os olhos e ir. Deve ser por isso que caí! hahahahah

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  3. Sou uma negação no ski, morro de medo, me travo, mal saio do lugar. O único lugar onde desci montanhas e curti mesmo a sensação de esquiar foi em Vail; ali tive o melhor instrutor ever, um argentino chamado Patricio. Eu fiquei tão à vontade no dia de aula que tenho fortes suspeitas de que, no fundo, ele tivesse alguma formação em psicologia :D

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    1. Mari, eu morria de medo de me quebrar toda. Até combinei com o marido que, se quebrasse algo, só iria contar a minha mãe na volta para não preocupá-la, tamanha a certeza do desastre total. Mas nosso instrutor era muito bom. A julgar pela experiência que você teve deve ser algo de Vail, né? Sorte a nossa!

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  4. Rapha, adorei!

    Muito divertido seu relato e belas fotos, deu pra imaginar vcs lá =D

    Beijão,

    Jonathan Padua

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    1. Jonathan, esquiar é uma experiência divertida. Vou dizer que mexer com neve é divertido, só precisamos ter ossos fortes hahahah...

      Obrigada pela visita.

      Beijos :*

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  5. Nossa quero muito ir pra Vail no feriado de 15 de novembro e queria saber se as pistas de esqui já estarão abertas, alguém sabe?

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    1. Olá Nadja! Ano passado as pistas abriram no dia 18 de novembro, quem sabe esse ano abre mais cedo e você dá sorte? Fica ligada nesse site (http://www.snow.com/) que ele tem todas as informações atualizadas sobre Vail e demais resorts!

      :)

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  6. Nathália Nascimento16/06/2012, 22:49

    ADOREI e até me deu vontade de dar uma nova chance ao SKI. A minha primeira e única oportunidade não foi muito legal. Para sentir o drama da pessoa nem travar a bota no ski eu consegui. HAHAHA ;/

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    1. Ah, meu conselho é que você dê mil chances ao ski, Nathália! É muito divertido mesmo, mas até a gente se entender com todos os equipamentos é difícil. Depois que isso acontece o resto é festa!! :)

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  7. Ah, me identifiquei muito com esse post! Eu sou uma negação no esqui, mesmo já tendo tido dois dos mais pacientes instrutores do mundo... Em compensação marido aprendeu rápido e já está indo para pistas, no meu ponto de vista, aterrorizantes! Temos alguns posts sobre Vail também, aquele lugar onde vocês foram (Eagle's Nest) foi o que mais gostei lá.
    Abraço

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    1. Hahahaha algumas pistas são aterrorizantes mesmo, Pati. Mas eu não vejo a hora de tentar de novo. :) Achei o Eagle's Nest muito legal também.
      Obrigada pela visita!

      :)

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