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Cunha | Três restaurantes

Como dito anteriormente, a gastronomia em Cunha é um capítulo à parte. Composta por ingredientes regionais de primeiríssima qualidade, resultando numa cozinha absolutamente particular, ela agrada a todos e conquista imediatamente quem a prova.

Nesse post eu trago duas novidades e um repeteco da primeira vez. Afinal de contas, Cunha é daqueles lugares onde você vai achando cantinhos especiais e é quase impossível não retornar a eles.


Na sexta à noite, chegando à cidade,  partimos para a primeira novidade. O Celeiro do Gutto – Pouso e Rango – começou como um restaurante e hoje também é uma pousada exclusivíssima. Mas vamos começar do começo. Depois  de 4km pela estrada de terra nos deparamos com a calorosa recepção dos fiéis companheiros do Celeiro: Nando e Pedro Paulo. Depois de latidos, reconhecimento e aceitação, descemos do carro e observamos o céu – não sei se já falei isso, mas o céu de Cunha é um espetáculo. Logo, o responsável por dar nome ao lugar, o Gutto, nos recebe de forma super atenciosa e nos apresenta ao Fabrício, que também coordena parte do Celeiro. Devidamente apresentados, damos uma rápida volta pela propriedade. De cara eu fico completamente apaixonada pela paz, organização e charme do lugar. Infelizmente o nosso propósito ali era só o jantar, mas a vontade imediata era de, pelo menos, 1 mês naquele ambiente especial.

O ambiente aconchegante do Celeiro do Gutto



Referências étnicas na bela decoração

Mesa de sinuca

Arroz de comitiva, um primor pelas mãos do Gutto

Fabrício nos mostra o cardápio de especialidades do restaurante e a dúvida é grande. Optamos pelos carros-chefes: Arroz de Comitiva e Galinhada Caipira. Gutto, o responsável pela cozinha slow food, comanda tudo com maestria e, magicamente, pratos fumegantes chegam à nossa frente.

A minha aposta, o Arroz de Comitiva, era uma explosão de sabor. O grão no ponto certo, sal correto, tudo deliciosamente arrematado por uma banana da terra assada. Daqueles pratos que você prova –  depois de viajar por 4 horas –, que você tem vontade de pular de alegria. O marido, que foi de Galinhada Caipira, não poderia ter sido mais feliz na escolha. Apreciou cada garfada. Para arrematar, um cafezinho servido numa cerâmica tipicamente cunhense. Depois disso, reunimos as poucas forças que nos restavam para agradecer pelo jantar maravilhoso e dizer um até breve a Gutto e Fabrício.

- - - > O Celeiro do Gutto abre ao público aos sábados, domingos e feriados para almoço. Para jantar é necessário fazer reserva. Não trabalha com cartões. Reserva e informações: (12) 9741-0724 / 3111-1481


O nosso repeteco da história é o Quebra Cangalha. O restaurante que ganhou meu coração da primeira vez pela vista (ver foto de 1 ano atrás), pelos belíssimos sousplats e pelo clima de almoço na Toscana, entrou mais uma vez no roteiro – e eu tenho a impressão que nunca mais sairá.
O restaurante, que propicia um ambiente de muita tranquilidade e convida à boa mesa, é uma excelente opção dentro da cidade de Cunha. Durante o almoço, na sua área externa, o Quebra Cangalha é o tipo de lugar para longas mesas, família e aquela energia que paira nesse tipo de celebração à vida. Sem hora para acabar.
No sábado, nosso almoço foi exatamente assim. Depois de muito papo e cerveja estupidamente gelada, veio à mesa uma feijoada caprichadíssima, feita por Vera Sorgiacomo que, além de tocar com muita propriedade a cozinha do restaurante,  junto a Wilmar, são de uma simpatia sem igual.  

Almoçar com essa vista é sempre um prazer
Um cantinho mais intimista, mas não menos gostoso, do Quebra Cangalha
Feijoada no capricho por Vera Sorgiacomo
Essa rede fica em um local estratégico
No Quebra Cangalha a gente pode dizer que se sente em casa. Imagina?  Fomos somente  duas vezes e já nos sentimos habitués do lugar. Culpa da vista incrível, dos sousplats lindos e da energia boa que a gente sente por lá.

- - - > O Quebra Cangalha abre de quinta a domingo para almoço e jantar. Segundas, terças e quartas, somente para almoço. Aceita cartões. Reservas e informações: (12) 3111-2391 / 8144-0203 / 9745-1902.


Last but not least, o Restaurante d’O Gnomo foi uma deliciosa surpresa. Logo na entrada somos recebidos por uma pessoa vestida conforme sugere o nome do lugar. Esse é Caio, o simpático gnomo e dono do restaurante, que nos acolhe de maneira bastante calorosa e já parte para nos mostrar o seu pedaço. “Aqui é a minha cozinha presencial”, diz ele. E é ali que ele dá um show preparando de forma carinhosa, e muito competente, todos os pedidos do lugar. Acomodados em nossa mesa, peço uma caipirinha de amora – o marido vai de suco porque a estrada até São Paulo nos aguarda. Uma mesa de saladinhas e petisquetes, complementar ao serviço, está bem posta junto à cozinha para que possamos nos servir enquanto esperamos os pratos saírem. A casa trabalha com várias especialidades, todas vindas de Cunha e região, vale ressaltar. A minha pedida foi a Picanha de Cordeiro com Arroz Negro e Shiitake na manteiga, enquanto o marido foi de Truta coberta por Shiitake e purê de pinhão.
A cozinha aqui também é slow food, então, por consequência, vá ao Gnomo sem pressa. Caio ainda deixa seu posto para dar atenção a todos, bater papo e receber os clientes que já se tornaram amigos. É como se fosse uma festa. Como se fosse, não. É uma festa!

Caio, quer dizer, o gnomo em ação na sua cozinha presencial

Caipirinha de amora feita no capricho com cachaça três pontes, de Cunha

Picanha de Cordeiro, Shiitake na manteiga e Arroz negro, tudo servido em cerâmica de Cunha

Essa sobremesa pode facilmente ser apelidada de covardia. Deliciosa!

Quando os pratos chegaram à mesa a festa ficou completa. Gente, sem brincadeira, tudo estava maravilhoso! A Picanha de Cordeiro, no ponto perfeito, mas eu fiquei apaixonada pelo purê de pinhão. Que coisa deliciosa. Divina. De chorar. Ficamos super satisfeitos e por nós parávamos por ali mesmo, mas nos foi oferecida uma sobremesa. Ok, pensamos. Vamos tomar um sorvete! Mais uma vez, Caio veio à mesa e sugeriu uma sobremesa nova no cardápio: Meia lua. Não me lembro muito bem o nome, mas quem precisa de nome quando se sabe os ingredientes? Sorvete, amêndoas, ganache, farofa e stroopwafel. Tem como dizer não? O resto vocês devem imaginar!

- - - > O Gnomo funciona aos sábados e feriados das 12:30 às 20:30. Domingos, das 12:30 às 18:00. Outros horários, sob reserva. Não aceita cartões. Reservas e informações: (12) 9734-8869 / 9759-0532


Não disse que a gastronomia de Cunha é especial? Agora vai ficando cada vez mais difícil passar um fim de semana por lá, revisitar os lugares que ganharam nossos corações e descobrir as novidades. Mas não custa nada tentar...


>> O raphanomundo viajou a convite da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Cunha.
Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

5 Comentários

  1. Adoramos tudo! Foi uma excelente experiência :)

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  2. Nossa que delícia, amei. bjs

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    1. Tudo maravilhoso, Maria! Vale a pena a escapada :*

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  3. Olá Rapha,
    Esta sobremesa, La Luna, do O Gnomo não existe mais.
    Almocei no Quebra-Cangalha e fui até O Gnomo APENAS pela sobremesa que vi no seu site. Qual não foi a minha decepção ao saber que o cozinheiro, que a fazia, não trabalha mais no local.
    Acho que vale a pena atualizar a informação no site, para evitar estes aborrecimentos.
    Obrigado e parabéns pelas dicas!

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    1. Que pena a sua viagem perdida. Procuro sempre manter as informações atualizadas aqui no blog, principalmente quando retorno aos lugares. De toda forma, no caso dos restaurantes, é impossível saber se prato X ou Y ainda é oferecido, até mesmo se ele continua sob a mesma administração.
      Agradeço o seu contato, assim eu poderei atualizar o texto e outras pessoas não passarão pelo mesmo.

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