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Passeando por Veneza

A exemplo de Florença, também tivemos 36 horas em Veneza. No entanto, como não nos hospedamos na ilha, e sim em Mestre, o tempo útil foi mais curto, mas não menos proveitoso.

Para chegar até Veneza, partindo de Mestre de trem, desembolsamos cada um, cerca de 1,25 euros. O mesmo trajeto dá para ser feito também de ônibus de linha comum e táxi. A viagem de trem é rápida, não dura mais do que 15 minutos. A estação Venezia Santa Lucia está meio de cara pro gol, ao desembarcar é só escolher o seu destino e ir. Se a caminhada for a pedida, como foi o nosso caso, é fundamental se guiar pelas indicações amarelas pintadas nas paredes das casas. Elas apontam qual caminho pegar para se chegar à Ponte di Rialto e à Piazza San Marco, principalmente. Como chegamos já no final da tarde em Mestre seguimos até Veneza à noite a fim de jantar e apresentar a cidade aos meus pais. Durante a noite o impacto das paisagens não é tão grande quanto durante o dia, mas o romantismo paira no ar.

Cartão-postal 

Cenas de Veneza

Achar um lugar para comer em Veneza, diferente de Roma, não é tarefa fácil, arriscamos um restaurante aos pés da Ponte di Rialto, que tinha tudo para ser o maior pega turista da história. Não sei se por não ser alta temporada, mas o fato é que o jantar no Caffè Saraceno, às margens do Grande Canal, vendo gôndolas, vaporettos e outras embarcações passarem, contrariou as probabilidades e foi um grande momento, caro, mas muito bom. Mesmo com a noite geladíssima fizemos questão de sentar do lado de fora, onde se encontrava a maior parte dos clientes. Potentes aquecedores deixavam o ambiente mais aconchegante e, se não isso não fosse o bastante, mantas eram oferecidas. O destaque ficou por conta do Spaghetti ai Frutti di Mare excelente, no ponto e muito fresco. Aliás, em Veneza, não deixe de provar frutos do mar, pois são encontrados em abundância, sempre frescos.

Veneza transforma o nosso olhar
Em Veneza não deixe de provar frutos do mar
Detalhes das feiras nas ruas de Veneza

Para fazer o caminho de volta até a estação Santa Lucia, por causa do frio que só aumentava, apelamos para o vaporetto, uma espécie de barco-ônibus. A passagem não é das mais baratas, pagamos 7 euros por pessoa pela “corrida” – preço que se torna até convidativo quando a outra opção seria congelar ao relento. Claro que o sistema de transporte oferece outras opções para os viajantes, dá para ver tudo no site e escolher a que melhor se encaixa nos seus planos.

Vaporetto passando pela da Ponte di Rialto

No dia seguinte pela manhã, lá estávamos nós de novo desembarcando na estação Venezia Santa Lucia, seguindo por um caminho mais longo até a Piazza San Marco. E passear por Veneza é aquela coisa, explorar os detalhes, olhar para os becos, atravessar canais, observar os senhorzinhos e senhorinhas locais que compram nas feiras, enfim, um passeio de contemplação. Nada daquela correria. Claro que a quantidade reduzida de turistas nessa época do ano facilita essa Veneza mais slow. Eu, que já a visitei no ápice do verão europeu, fiquei bem contente em retornar num cenário mais diferente. Evidente que a sorte de não pegar um dia de chuva facilitou, e muito, essa excelente impressão. Chegando à Piazza San Marco, principal praça de Veneza, é onde vemos a maior concentração de visitantes. Aqui é um dos pontos altos do passeio já que nessa praça estão a Basílica de San Marco, o Caffè Florian, o Campanário de San Marco, a Torre do Relógio, o Museu Correr, o Palácio Ducal, entre outros. Todos abertos à visitação, excelentes pontos para serem esmiuçados por quem tem um roteiro mais folgado na cidade. Dessa vez, nós estávamos só de passagem. A partir da piazza é também onde avistamos paisagens dignas de cartão-postal – não que cada esquina em Veneza não renda um belo click –, mas é ali onde vemos as gôndolas atracadas, começando seus passeios ou terminando. Ao fundo, a ilha de San Giorgio Maggiore complementa o cenário de sonhos.

Tinha um gondoleiro no meio do caminho...
Detalhes da Piazza San Marco
Veneza: o destino dos casais

Dali a uma caminhada de mais ou menos 1km, estamos na Ponte di Rialto. Obra prima da engenharia e símbolo arquitetônico de Veneza, ela é uma das quatro pontes que cruzam o Grande Canal. As outras três são: Ponte dell’Accademia, Ponte degli Scalzi e a Ponte della Costituzione. Aqui vale mais uma vez a contemplação, seja do pôr-do-sol, seja do vai-e-vem dos barcos. Seguindo na caminhada, cruzar com as inúmeras banquinhas e lojas de souvenires é inevitável, as máscaras são incrivelmente bem  detalhadas. Para quem prefere deixar a imaginação correr solta, dá para comprá-las em branco. Imagino como deve ser lindo ver as ruas, becos e pontes de Veneza em pleno carnaval. Outra opção de lembrancinha da cidade é o famoso Murano, trabalho em vidro que leva o nome da ilha homônima. Mas não é preciso ir até Murano para garantir o seu, nas vitrines venezianas vemos de jóias a itens para casa, nos mais variados preços. Maximizando essa sensação, de um digno dolce far niente, nada melhor do que cruzar ruelas e canais tomando um delicioso gelato. Durante o nosso passeio por Veneza experimentamos o sorvete de marrom glacê da GROM, adoçando ainda mais a nossa viagem, por honestos 2,50 euros.

Romântico, não?
Máscaras são o símbolo de Veneza
Grande Canal dourado enquanto o sol de põe

Pouco antes de embarcar no trem com destino a Mestre, terminando assim a nossa segunda visita a Veneza, o sol de fim de outono me fez perceber como foi bom revisitar a ilha. Tudo bem que ela quase não mudou nesses 7 anos que separam as duas visitas, continua linda e romântica. Mas Veneza é daqueles lugares em que os detalhes vão aparecendo à medida que você para pra ver, como se precisássemos olhar por muito tempo e por muitas vezes para percebê-los. 


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Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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