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Um passeio pelo pitoresco Mercado de Peixe de Marsaxlokk, em Malta

Por Larissa D'Almeida

Acordar cedo talvez não seja o seu plano favorito nas férias, mas pode valer a pena se o destino for o barulhento Mercado de Peixe de Marsaxlokk, no extremo sul da ilha de Malta. Moradora do arquipélago há um ano, já havia visitado a pequena vila antes, mas faltava conhecer o famoso mercado e para isso, me joguei nessa missão. 

O mercado de peixe é um bom motivo para você visitar Marsaxlokk, em Malta / Foto: Larissa D'Almeida

A feira tem de um tudo, desde roupas e acessórios até insumos frescos / Foto: Larissa D'Almeida

Sempre aos domingos, entre as oito da manhã e o meio-dia, a cidade piscatória (e a que mais gosto de pronunciar o nome) recebe uma infinidade de barracas, tendas e bancadas de ponta a ponta de sua orla, decorada com muitos barcos de pesca coloridos. Minha visita à feira começou com uma parada na igreja da praça central, a Nossa Senhora de Pompéia, de 1892, que estava fechada em minha primeira incursão na região. Ainda na porta da igreja, uma amiga venezuelana que me acompanhava me ensinou um curioso costume do seu povo: sempre que entrar numa igreja pela primeira vez, faça três pedidos. Pretendia seguir seu conselho mas, ao entrar, fiquei tão admirada pela construção que saí pela porta principal sem lembrar de fazer os desejos. Não fez mal. Voltei rapidinho, torcendo para o Universo não perceber a minha falcatrua, e fiz os três pedidos. Serão atendidos? Só o tempo dirá. 

A beleza do interior da Igreja Nossa Senhora de Pompeia / Foto: Larissa D'Almeida

Na saída, logo na frente da igrejinha, cafés, bares, restaurantes e lojinhas ferviam com a presença de visitantes, sobretudo dos turistas, que são mais numerosos nessa época do ano. Pouco antes início do mercado, onde se apresentam as primeiras tendas ao lado de um tímido deck com barcos atracados, disputei um lugar para uma foto da vista que incluía o mar e a igreja de fundo. A paisagem é simples, delicada, uma graça. 


Em seguida, finalmente entramos na feira, pois queria explorar todas as barracas e ver o que ofereciam. E havia de tudo, como é comum em muitas feiras – roupas, brinquedos, óculos, produtos artesanais de todos os tipos: mel, licores, geléias, doces típicos, vinhos, queijos, caminhos de mesa e muito mais – uma festa para quem busca lembrancinhas de viagem de Malta (e ainda não foi advertido que há lugares mais baratos). Claro, também havia as barracas de peixes frescos de vários tipos, além de camarões e lulas, com preços variados. Descobri que assim costumava ser a feira – apenas com peixes do dia – antes de expandir para outros produtos. Entre uma barraca e outra, também se encontram frutas e legumes, uma boa oportunidade para comprar o necessário e cozinhar um jantar à moda maltesa, se a sua hospedagem permitir

Produtos artesanais também não faltam nos arredores do Mercado de Peixe / Foto: Larissa D'Almeida

Durante a sua visita é possível provar doces típicos malteses / Foto: Larissa D'Almeida

Consegui uma foto numa posição privilegiada às margens do Mediterrâneo

Nos embrenhamos cada vez mais pelos estreitos corredores que se formam entre as barracas, e, por causa da quantidade de pessoas, a passagem é difícil, às vezes quase impossível, mas eu não me entreguei. Avancei, olhando atentamente cada barraquinha, e achando fofo um mini avental decorado com a palavra "Malta" em várias cores. Segui adiante para cair numa “armadilha” cheia de luzes, onde se lia "Doces malteses”. Paguei 5 chorados euros num canoli gorduroso, sendo que já comi outros melhores por menos na ilha. 

Meu doce maltês preferido: Imaqaret, uma massa fina frita recheada com tâmaras / Foto: Larissa D'Almeida

Passos mais a frente, uma barraca que me pareceu mais honesta oferecia biscoitos caseiros por um preço justo (para os termos de Malta). Diante disso, confirmei que fui mesmo enganada. Logo eu, uma tecnóloga em Turismo. A redenção veio com uma pausa para uma merecida Cisk gelada – a mais popular cerveja maltesa – leve e gostosa, que acompanhou um legítimo representante da confeitaria local (e meu favorito) Imaqaret, uma massa fina, frita e recheada com tâmaras. Imperdível! 


Embora o foco da minha visita tenha sido conhecer o mercado, se essa for a sua primeira vez na vila de Marsaxlokk, que tem cerca de 3.200 habitantes, não deixe de almoçar em um dos inúmeros restaurantes locais, onde o peixe é fresco como a brisa no rosto. 

Aqui estão mais algumas dicas do que fazer por lá durante a sua visita: 

Aproveite também para relaxar e tirar fotos bonitas e bobas com a simbólica estátua do "Pescador", referência à atividade que costumava ser mais comum entre os moradores; 

Tente encontrar os olhinhos dos barcos Luzzos, antiga tradição da vila e um dos símbolos de Malta; 

Os Luzzos são barcos com olhinhos tradicionais em Malta / Foto: Larissa D'Almeida

Fuja das redes de cafés famosas e aproveite o dia para dividir um copo de raspadinha colorida com sua companhia de viagem, caso tenha, ou beber tudo e provavelmente enjoar na metade por ser muito doce; 

Sente em um dos banquinhos de frente para o mar e curta a paisagem saboreando as frutas da estação compradas diretamente dos feirantes; 

Apreciar a paisagem da pequena vila ao sul de Malta / Foto: Larissa D'Almeida

Tudo isso faz parte da gostosa experiência de visitar Marsaxlokk num dia de sol, que pode ser esticado com uma convidativa ida até St. Peters Pool, uma formação rochosa conhecida por ser um ponto de banho no mediterrêneo, ou aproveitar para uma voltinha de barco na região. 

Honestamente, se quiser fugir da confusão de pessoas, visite Marsaxlokk – que é encantadora em sua simplicidade –, em qualquer outro dia da semana. Eu não me arrependi de ter me jogado numa visita em pleno domingo. Apesar de o Mercado de Peixe ser realmente muito turístico, tudo foi, de certa maneira, interessante. 

O problema é que eu gosto de tudo, gosto até do que não gosto. Para mim, o encanto e o desencanto são parte da viagem. Por isso, talvez você precise ir para tirar suas próprias conclusões. Se para amar ou odiar, acho que vale a pena visitar.

🚩Larissa D'Almeida é jornalista, gestora e guia de turismo que ama comer e viajar. Sonha em rodar o mundo e contar histórias



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Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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