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Pelas ruas de Roma


Demoramos muito para ir a Roma. Desde a nossa primeira viagem pela Europa em 2007, Roma soava mítica e indispensável. Ela passou muito perto de fazer parte do nosso primeiro roteiro – chegamos a ir de trem até Florença, mas depois decidimos ir para o lado oposto, até o sul da França.Várias outras viagens pela Europa se seguiram e em todas, sem exceção, quisemos ir até lá. Lembro que olhávamos os preços e sempre havia um porém. Passagens ou hotéis caros demais ou mesmo as opiniões condenando aqueles que tentavam “ganhar” a cidade em 2 ou 3 dias. Hoje, vendo as memórias que guardamos de Roma após mais de um ano de viagem, além da sensação de recompensa, as lembranças de andar pelas ruas da cidade são as que mais marcaram.

Como nosso voo a partir do Brasil tinha como destino Roma, decidimos começar e terminar nosso período de férias por lá, 2 dias no início, 3 dias no final. É normal usarmos o dia da chegada ou da volta apenas de passagem, mas com Roma, a sensação de retornar para uma cidade que já tínhamos visto e em tão pouco tempo, superou a hipótese de ficarmos os 5 dias direto por lá.

Na primeira parte da viagem, escolhemos o Blue Hostel para aportar, que, como ponto de partida, tinha uma localização bem amigável na Via Carlo Alberto, na borda do bairro Monti, a 5 minutos de caminhada da estação Termini e a poucos passos da estação de metrô Vittorio Emanuele (Linha A).

Foi a partir dali que Roma começou a ganhar cara pra nós. Na nossa primeira caminhada pela cidade, partindo da Basilica di Santa Maria Maggiore, descemos pela Via Urbana com direção ao Coliseu. A Via Urbana é repleta de restaurantes e converge para ruas cada vez menos largas e movimentadas, deixando-as muito mais charmosas. Foi por ali que fizemos a nossa primeira refeição tipicamente romana, no La Vacca ‘Mbriaca e, depois percebemos que a região próxima da estação Cavour (linha B), delimitada pela Via Cavour, via dei Serpenti e a Via Panisperna, é endereço de vários restaurantes bem cotados na cidade, como o La Carbonara, que provaríamos mais tarde.

Coliseu: Paixão à primeira vista


Primeira refeição romana: Fettuccine al Ragu di Coda alla Vaccinara

A nossa caminhada continuou e, apesar da calma da descoberta, ela tinha um objetivo: ver o ícone da cidade, como para provar que realmente estávamos lá. E não demorou muito para avistarmos, já iluminado pela cor alaranjada da noite romana, o ‘Colosseo’. Lembro que paramos um pouco, ainda suspirando e, olhando uns para os outros, pensamos – isso é só o começo.

No segundo dia, já descansados e com a energia renovada, seguimos adiante com as nossas caminhadas exploratórias. Em Roma, pra qualquer lado que se olhe, há uma relíquia. Seja um prédio centenário, as inúmeras fontes, uma piazza a cada esquina, monumentos e sítios arqueológicos que chegam a se confundir com a bela cidade que cresceu e preservou o seu título de cidade eterna.

Um bom passeio por pontos turísticos em Roma pode começar pela estação Spagna do metrô (linha A). Além de ficar a poucos passos da escadaria da Piazza di Spagna, também é um bom ponto de acesso às ruas repletas de lojas – todas as marcas italianas estão por lá – que convertem para a Piazza del Popolo: Via del Corso, Via del Babuino e Via Ripetta. Vale o pequeno esforço de subir a escadaria, só pelo prazer da vista dos telhados de Roma e para lembrar as suas famosas sete colinas (Capitólio, Quirinal, Viminal, Esquilino, Célio, Aventino e Palatino).

Alguns telhados e cúpulas de Roma vistos do alto da Escadaria da Espanha

                     

De lá, seguimos pelas ruelas até a fonte que é vedete entre as fontes da cidade. E a Fontana di Trevi realmente impressiona. Não dá pra saber se é a imponência das suas estátuas, do tom que suas águas refletem, mas este é um local disputadíssimo. A poucos passos dali, aparentemente menos disputado, mas muito mais grandioso, está o Pantheon. Sua construção data de 27 a.C. e sua reconstrução após um incêndio data de 125 d.C. Hoje abriga os restos mortais de italianos ilustres e a sua cúpula é considerada a maior que foi preservada desde a antiguidade. Antes de chegar ao Pantheon vindo da Fontana di Trevi, é possível costurar a cidade e passar pelo Templo de Adriano, onde, apesar de incorporado a um prédio do século XVII, é possível ver de pé onze das suas seculares colunas.

Um pouco menos disputado, vale a visita ao Pantheon

Alguns prédios que cercam a Piazza Navona

Uma das fontes da Piazza Navona

A Piazza Navona está logo ali, com suas fontes, artistas e comerciantes de rua, cafés, restaurantes e vários visitantes. É um lugar de passagem, mas que ainda guarda um pouco de contemplação. Se daqui você precisar de um pouco de espaço, a melhor saída é ir até a margem do Fiume Tevere ou rio Tibre, mas não sem antes tomar um bom vinho na Enoteca Cul de Sac  ou um Gelato perfeito na Punto Gelato.

Flores a venda na Piazza Navona

Punto Gelato, uma ótima pausa no roteiro

Ilhota no meio do Rio Tibre

Ali, a partir da Ponte Sisto, feita só para pedestres, o passeio segue preguiçoso até a Isola Tiberina, que divide o rio em dois. Andando “por fora” da cidade, reparamos menos nos prédios e mais naquelas que são tão características do cenário de Roma, as árvores de pinho. Da Ilha Tiberina é possível acessar o bairro de Trastevere e toda a sua vocação boêmia ou seguir rumo ao Circo Massimo, onde no passado ocorriam as épicas corridas de bigas, mas que hoje é um grande campo aberto nesse espaço entre os montes Palatino e Aventino. Ainda sem explorar as ruínas do Palatino, que de tão preservadas formam um museu a céu aberto, o passeio vai até o Arco di Constantino, em frente ao nosso já conhecido Colosseo.

E foi assim, em dois dias de passeios descansados, que percorremos uma pequena parte das atrações turísticas de Roma. Mais tarde, no nosso retorno à cidade, visitamos o Vaticano e utilizamos o Roma Pass para visitar o Coliseu e o Foro Romano.

Ah, quem dera se, ainda hoje, todos os caminhos levassem a Roma.


Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

2 Comentários

  1. Excelentes dicas!
    Faremos uso delas em Maio ou junho proximo.
    Gratíssima.

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    1. Que bom que você gostou do nosso conteúdo, Leni. Espero que faça uma boa viagem! Depois volte aqui para contar como foi! ;)

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